terça-feira, 16 de junho de 2009

Oficina de cultivo

Oficina
Não é somente um lugar para aprender fazendo; supõe, principalmente, o pensar, o sentir, o intercâmbio de idéias, a problematização, a descoberta e a cooperação. (...) ... a primazia é sempre da ação, mas não se desmerece a teoria. Vieira e Volquind, 2002, p.12

“Flores: cores e aromas do nosso jardim”

Eixo Temático: Cuidados e convívios
Faixa Etária: 4 anos de idade.

Objetivos: Proporcionar as crianças, desde a perspectiva lúdica, a vivência de situações-problema envolvendo noções elementares de grandeza, intensidade, velocidade,direção, situação, orientação e relação nas áreas da matemática, linguagem e ciências.

Elemento desencadeador: flores

Materiais:

- Mudas e/ou sementes de flores (são preferíveis as mudas, numa primeiraexperiência para dar à criança uma noção imediata dos arranjos e composições)
- Floreiras plásticas ou uma área de terra disponível na escola onde as criançaspossam compor o jardim da turma
- Terra e composto orgânico; pás e espátulas para realizar o plantio; mangueira ouregador
- Máquina fotográfica e filmadora


Vivência
Após uma sessão de curiosidades sobre plantas com destaque às flores – suas cores e perfumes – propor às crianças a criação de um jardim para embelezar econtribuir com mais vida à escola e/ou a própria sala de aula durante o ano. Ouvir e registrar as idéias, opiniões e sugestões das crianças e em seguida combinar com elas e com seus familiares uma visita a uma floricultura, com dia e hora marcada, para conhecer as flores e comprar algumas mudas para compor o futuro jardim. Não esquecer a terra, oadubo e os vasos, se necessários. No dia da floricultura e no retorno desta, retomar com as crianças os passos para montar o jardim e a responsabilidade de cada grupo em cada etapa da confecção.

Duração: aproximadamente 60 min. Situação-problema: Identificar, selecionar e compor arranjos com flores em vasos e jardins levando em conta características como: cor, formato, tamanho, textura etc.

Fundamentação
Durante a evolução da aprendizagem, a criança reelabora a seu modo o que lhe é transmitido e extrai de suas experiências aquilo que seu nível de entendimento possibilita. Mas a evolução das suas conquistas é de fato, um ato de criação. Seber, 1995, p. 31

Vivência
Quando a criança reencontra ou conserva o dinamismo de sua pessoa, de seu ser, quando assume realmente a autonomia de seu desejo, torna-se surpreendentemente disponível. Ela integra rapidamente uma grande quantidade de conhecimentos sob condição de que se forneça alimentos ao seu desejo de conhecer e de fazer, sob condição, sobretudo, de que não a encerremos na estreita obrigação de um saber relacionado, atomizado, uniformizado e cronologicamente programado. Lapierre & Aucouturier, 1986,p.85.

Observação
A relação adulto-criança é importante no sentido de possibilitar o reconhecimento de sentimentos, de facilitar a expressão, ajudando a colocar o sentimento em palavras, a garantir o conhecimento das vivências infantis, a visualizar situações para compreender e torná-las tangíveis na busca de ações. Badia Martin, 2005.

Atenção
Quanto menor for a criança maior será o espaço que ela irá ocupar para se deslocar, brincar, desenhar, pintar, rabiscar etc., assim como a dimensão dos materiais e objetos que lhe serão oferecidos. Materiais e objetos também devem estar na altura dos olhos da criança e de fácil acesso. Coelho, 2005.

Outros encaminhamentos
Após a vivência com a jardinagem (visita a floricultura, contato com a terra,composição e plantio dos arranjos), sugerir às crianças:
- Reproduzirem de próprio punho cada uma das variedades de flores adquiridas para a confecção do jardim. Nesta atividade poder-se-á aplicar técnicas de desenho, pintura e bricolagem conforme a proposta de arte-educação adotada para a turma em questão.

- No dia seguinte, durante a rodinha, explorar junto às crianças questões pertinentes à Oficina alavancando conteúdos e temas diretamente relacionados a vivências desencadeadas antes, durante e depois. Mas atenção, recomenda-se que a exploração se faça somente quando o assunto for trazido à tona pelas própriascrianças.

- Se, em algum momento, antes ou durante a vivência ocorrer a confecção de projetose/ou maquetes do jardim, promover, com a participação direta e efetiva das crianças, uma exposição pública com todos os registros gráficos, plásticos, foto e filmográficos das atividades.

- Confeccionar um portfólio*. Ver orientações em SHORES, E., GRACE, C. Manual de Portfólio: um guia passo a passo para o professor. Porto Alegre: Artmed, 2001.

- Sempre contar com a palavra e as percepções das crianças buscando o estabelecimento e a manutenção conjunta de combinações em torno das situaçõesde aprendizagem.

- Em momento oportuno(*), conversar com as crianças sobre os contrastes que incidem sobre os objetos e no contato com os mesmos, bem como sobre suas percepções, formulações e conclusões acerca das substâncias que compõem seus corpos e os corpos dos objetos. (*) aproveitar ao máximo as oportunidades naturais que propiciam a exploração de idéias, regularidades e conceitos evitando, portanto, a sua artificialização.

- Para ler mais sobre contrastes indicamos, em especial, a leitura da seguinte trilogia:
- LAPIERRE, A. & AUCOUTURIER, B. Os contrastes e a descoberta das noções fundamentais. São Paulo: Manole, 1985.
- LAPIERRE, A. & AUCOUTURIER, B. Associações de contrastes: estruturas e ritmos. São Paulo: Manole, 1985.
- LAPIERRE, A. & AUCOUTURIER, B. As nuanças: do vivenciado ao abstrato através da educação psicomotora. São Paulo: Manole, 1985.

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